top of page

A importância do lúdico

(Autoria: Luana Antunes Garcia de Oliveira)

 

Começo este texto imaginando o início das aulas. Crianças correndo pelos corredores, buscando suas salas; ansiosas para rever os amigos, ter o primeiro contato com o(a) professor(a) e, principalmente, aprender coisas novas. Lembro como o primeiro dia de aula era importante, não só pra mim, mas para meus colegas. Vem o cheiro do livro novo, do plástico dos cadernos encapados e aqueles lápis e borracha novinhos que queremos usar. Como é prazeroso estar na escola. Como é prazeroso aprender o novo. Temos sempre aqueles professores mais chatos e os mais legais. E, ao voltar ao passado, consigo, hoje, ver o porquê da diferença desse gostar que criança não sabe explicar. Uns eram mais brincalhões e outros mais sérios. Aqueles mais tradicionalistas tinham como objetivo passar o conteúdo e completar o livro até o final do ano letivo. Chato né!!! No meu ponto de vista, eles acabavam causando dificuldade na aprendizagem. Então, por que não podemos ensinar de um modo diferente? Qual criança que não gosta de brincar? 1,2 feijão com arroz... 3,4 feijão no prato. As brincadeiras infantis e cantigas de roda fazem parte da realidade de todas as crianças e são uma excelente forma de atrairmos os olhares curiosos destes pequenos. Ensinar é uma arte, todos nós sabemos disso, mas ensinar com sabedoria é transformar o conhecimento. É extremamente importante estimularmos o pensamento crítico nos alunos utilizando o lúdico no processo de aprendizagem. Por isso, lúdico e aprendizagem devem caminhar juntos. Uma música, um jogo, uma roda de conversa sem tanta cobrança e seriedade, ou seja, tudo é aprendido rapidamente pelas crianças. Assim, o lúdico pode ser nosso aliado quando a ideia é ensinar. Deixemos de lado o modelo tradicionalista, aquela educação bancária tanto difundida por nosso querido Paulo Freire. A aprendizagem, através da ludicidade, pode gerar maior interação e socialização para a construção do conhecimento. Segundo as palavras de Paulo Freire, "… ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção". E por que não realizar essa experiência utilizando métodos menos tradicionais! De acordo com Vygotsky (1991, p. 122): “É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu conhecimento do mundo adulto e é também nela que surgem os primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana, a capacidade de imaginar (...). Brincando a criança cria situações fictícias, transformando com algumas ações o significado de alguns objetos”. Me recordo de uma aula, no estágio que realizei em uma escola para alunos do 5º ano do ensino fundamental sobre As Fases da Lua. Os alunos ficaram entretidos, indagaram, questionaram e se propuseram a realizar as atividades propostas. Até os mais bagunceiros, dito pela professora regente, fizeram com dedicação e entusiasmo. Mas por quê? Foram apresentados vídeos, fizemos em conjunto atividades diferentes das vistas no cotidiano, porém utilizando objetos conhecidos pelas crianças. Ao final, alguns alunos disseram: Professora, jamais esquecerei a sua aula. O professor precisa ser um facilitador no processo de ensino aprendizagem, melhor dizendo, ele tem o dever de transformar o pensamento crítico e reflexivo na cabecinha de cada aluno. Por isso eu afirmo, o lúdico vai muito mais além dos jogos e brincadeiras. O lúdico deve ser utilizado para aproximar professor-aluno e aluno-aluno mas, principalmente, o aluno do conhecimento. Não podemos ter a ideia de que ludicidade tem a ver com brincar. Ludicidade é transformar o saber, proporcionando ao aluno a capacidade de pensar, argumentar, criar e recriar. E uma verdadeira escola deve ter esse viés em sua filosofia. O lúdico, de um modo geral, deve servir de base para proporcionar interesse na busca do conhecimento. Isso deve ser a peça que falta na educação. Não ver o lúdico ao pé da letra, mas nas palavras de Piaget: “Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade de aprender”.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003

 

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Fontes, 1987.

 

 

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA:

 

 

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-importancia-do-ludico-na/30066

 

https://www.museudaimaginacao.com.br/blog/o-ludico-para-o-desenvolvimento-infantil

 

https://www.pedagogia.com.br/artigos/importancialudico/?pagina=1

 

http://revistacientifica.uaa.edu.py/index.php/repositorio/article/viewFile/687/572

bottom of page